segunda-feira, 31 de março de 2008

Em todos esses lugares


Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados
que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água
e sorvo o ar
que te atravessou
a cintura
tanto, tão perto,
tão real

que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco

Mário Cesariny


Em todos esses lugares,
as ruas estão desertas,
tropeço em sombras,
fugidias e incertas...
em todos esses lugares,
Vagueio alma solitária,
moribunda,
confusa...inconcreta!!


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