Lembro-me que desde tenra idade, sempre respeitei as pessoas idosas.
Ouvi enquanto cresci, gente da minha idade, chamar-lhes de velhos, por vezes desrespeitosamente e até de forma jucosa, e isso nunca me agradou, por isso a essas “pessoinhas”, chamo de gente, pela falta de respeito e discernimento...
Sim porque “Velhos são os trapos”, o que os Idosos são é Sábios!!!
A idade é experiência, vivência, conhecimento...Os “Velhos” como dizem, tem tanto mas tanto para nos ensinar...e eu que gosto tanto de aprender, porque é essa a verdadeira razão de viver!!
Hoje, fui a casa dos meus Pais, como tanta outras vezes, e encontrei a D.Josefa, uma vizinha de sempre...
Cumprimentei-a, e depois da conversa trivial, contou-me uma história, aquelas histórias de vida que só estes Grandes Sábios, podem contar, história da sua “meninice” que já foi há tanto tempo...
E eu, que tinha pressa, por momentos, esqueci-me do que tinha para fazer, e ouvi-a embevecida, atenta, encheu-me o coração, e desejei poder por ali ficar, escutando tantas outras histórias, que seguramente teria para me contar...ouvi-a como escutaria a minha Avó, se ainda a tivesse, minha querida Avó...e de repente, depois de me despedir dela, os meus olhos, raiaram-se de lágrimas, fiquei muito triste, não pela história, não pelo encontro que me engrandeceu, mas pela saudade...senti a falta que me faz, não ter avós há tanto tempo...não os poder ver, visitar, escutar tantas outras histórias, viver e crescer...com eles por perto!
Sempre tive admiração e respeito pelos “velhotes”, e desde cedo “invejo” quem me fala nos Avós, desde cedo fiquei sem nenhum, e a minha Avó materna, que vivia conosco, que me “criou”, Ela principalmente, me faz tanta, tanta falta...Eu gostava muito dela!!
Hoje foi por ela que fiquei triste, porque embora, a sinta sempre presente, e ache que ela é a minha “estrela guia”, o “meu Anjo da Guarda”, que de onde está olha sempre por mim, e me deita a mão em alturas mais dramáticas, como eu gostaria que Ela ainda por cá estivesse, e como gostaria de a ter percebido melhor nos ultimos anos que Ela viveu...porque embora sempre tenha gostado dos “velhinhos”, ela como minha Avó, obviamente me repreendia, e eu estava então na “idade da prateleira”, era uma adolescente armada em esperta, que como todos os adolescentes, não era mais que uma tola inexperiente...Percebia muito pouco a importância das coisas, da vida, e das pessoas.......
Fiquei triste, pela lembrança, por toda esta falta que sinto, por este pedaço de vida arrancado de mim permaturamente...mas que pelo menos, possa Eu para sempre disfrutar de tantos outros pequenos grandes momentos, como o de hoje, ouvir as muitas histórias da D.Josefa, e de outros sapientes como ela, escutá-los com atenção, respeito e carinho, estes Avós de outros, e imaginar que escuto a minha querida Avó...
Ela estará sempre comigo, presente em mim, e na minha Vida...
Isso Eu Sei.
