segunda-feira, 7 de julho de 2008

Não, não vou por aí...


Difícil será de todo esquecer,
nunca de todo lembrar,
o que me ocorre por este pensamento,
no derradeiro momento,
é a liberdade que me dá vida fôlego e alento....
este é o meu cântico,
de negro só o nome...
ainda bem que assim foi...
a teu lado teria a solidão como companhia...
faltaria sempre,
um pouco mais...
tinhas razão,
não era de todo suficiente,
não o que eu sentia,
mas o que tu me davas...
Eu merecia, Eu mereço muito mais,
e tu...
tu...
Nunca, nunca fizeste por me merecer..............

Fica por aí no teu mundo, pequeno, atrofiado,
numa caixa, num recanto,
Eu saio lá fora, como sempre,
não tenho limites,
Onde???
Para onde???
Qualquer lugar...
só sei que não volto para ti,
Não!!!
Não vou por aí!!!

"Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
é uma onda que se alevantou,
é um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"


in Cântico negro - José Régio

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